Nada
como uma boa crise de riso – dessas que deixam os olhos úmidos e a alma leve –
para diminuir a tensão. Segundo o filósofo iluminista Immanuel Kant (1724-1804), apenas três coisas podem realmente
fortalecer o homem contra as tribulações da vida: a esperança, o sono e o riso.
Encarar
a vida com bom humor fortalece a mente e o corpo, tornando-nos mais aptos para
enfrentar situações de crise; uma boa gargalhada causa relaxamento, com a
liberação de endorfinas na corrente sanguínea.
De
forma intuitiva, a maioria das pessoas concorda mesmo que rir pode fazer bem. E
recentemente essa percepção está sendo cientificamente comprovada. Embora por
muito tempo cientistas tenham enfrentado o desafio de estabelecer a relação
entre diversão e saúde, várias descobertas encorajadoras recentes fazem com que
psicólogos e médicos passem a considerar o senso de humor como proteção importante
contra doenças físicas e psíquicas, além de, em muitos casos, ajudar a
curá-las.
O riso faz bem para a saúde
Na
Antiguidade, Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) já via no riso “um exercício
corporal de grande valor para a saúde”. Esse reconhecimento geral ainda existe
– ainda que os cientistas admitam não saber muito bem como esses benefícios
ocorrem e seja difícil comprovar a relação entre diversão e saúde.
O
principal empecilho para conhecer mais sobre o assunto é o fato de que as
consequências mensuráveis da gargalhada, por exemplo, duram pouco mais que
alguns segundos. Os efeitos agudos que se seguem ao riso assemelham-se a sua
manifestação física – os músculos contraem-se, os batimentos cardíacos
aceleram-se e aumentam a pressão sanguínea, a frequência respiratória e a
conversão de oxigênio.
Há
mais de 50 anos, testes psicológicos indicaram que o tônus muscular continua
reduzido até 45 minutos após o riso. Ou seja: o corpo permanece relaxado.
Sabe-se também que a concentração do hormônio do estresse, o cortisol, no
sangue é reduzida quando as pessoas estão alegres. Como um nível sempre elevado
de cortisol comprovadamente enfraquece a defesa imunológica, é possível
considerar que a alegria protege contra doenças. A sensibilidade à dor também é
reduzida.
Isso
pode ser atribuído à liberação de endorfinas, que desencadeiam sentimentos de
prazer no cérebro, bloqueando a transmissão de estímulos dolorosos. Mas pouco
tempo depois tudo volta a ser como antes – pelo menos até que surja o próximo
ataque de alegria. Mais recentemente, pesquisadores da Universidade de Osaka,
no Japão, registraram valores reduzidos da mensageira cromogranina A (CgA) na
saliva de pessoas que haviam visto um filme engraçado, em comparação com
observadores de um vídeo neutro.
A
CgA é liberada principalmente pela medula suprarrenal quando o sistema nervoso
vegetativo entra em colapso. Ao que tudo indica, a divertida comédia
antagonizou esse processo. Outros estudos, no entanto, não puderam comprovar a
influência do riso sobre a reação hormonal ao estresse.
Um
motivo possível da falta de conclusão é o fato de as formas de humor serem
extremamente variadas – da leitura de um gibi ou audição de um gracejo,
passando pela autoironia, sarcasmo, jogo de palavras, riso ou tiradas cômicas por
embaraço, inveja ou malícia, até cenas ao estilo de o Gordo e o Magro.
Estudiosos do humor, também chamados gelotólogos (do grego gelos – riso),
diferenciam até 2.500 dessas expressões. Muitas delas realmente nos divertem ou
provocam um leve sorriso, mas não é preciso necessariamente rir em voz alta
Piada
sem graça
Por
outro lado, nem todo riso implica humor. O psicólogo Robert Provine, da
Universidade de Maryland, em Baltimore, Estados Unidos, descobriu que apenas
uma em cada cinco das 20 risadas que um adulto dá, em média, em um dia, tem
base humorística. A maior parte desses risos mudos e das risadas discretas
transmite mensagens como concordância e simpatia, expressam empatia e
identificação ou disfarça agressividade, irritação ou tédio e exclui outras
pessoas.
Assim,
em relação a efeitos medicinais, deve-se diferenciar mais detalhadamente o riso
e o humor. Este último indica principalmente um desempenho mental, a capacidade
de enxergar situações ou pessoas de formas bastante específicas.
Consequentemente, vários pesquisadores buscam a chave para os benefícios da
piada mais no pensamento do que nas reações psicológicas imediatas.
O AUTOR – STEVE AYAN é
psicólogo e jornalista.
________________________________________________________________________________________________________________________________
O Leblon pré-novelas do Manoel Carlos.
Contos e crônicas.
O cotidiano do bairro.
Clipper, Pizzaria Guanabara, BB Lanches, Jobi, Bracarense
e outros lugares tradicionais do Leblon
são os palcos dessas histórias.
A Casa Encantada
Contos do Leblon
Edmir Saint-Clair
_____________________________________________________________
________________________________________
________________________________________
Nenhum comentário:
Postar um comentário