Ilustração: Nicoletta Ceccoli
A mentira e a falsidade são duas coisas realmente
lamentáveis. São capazes de destruir tudo no seu caminho, de devastar os
bosques mais povoados e de fazer cair as torres mais altas.
O mais triste da hipocrisia e do engano é que eles nunca
vêm dos nossos inimigos, nem das pessoas desconhecidas. Como é de esperar, tudo
isso dói. E muito. Quando nos enganam, o pior de tudo não são as mentiras em
si, mas o que se leva com elas.
Quando um sentimento tão importante como a confiança se
quebra, algo em nosso interior morre. Isso acontece porque a mentira põe em
dúvida mil verdades, fazendo com que questionemos, inclusive, as experiências
nas quais mais acreditávamos.
Uma
só mentira muda tudo
Tanto a mentira quanto a falsidade são, em grande medida,
uma questão de hábito. Há muitas pessoas que são hábeis nessa “arte” e que
mantêm a todos enganados de uma maneira verdadeiramente assombrosa.
Como já sabemos, a mentira regular pode chegar constituir
um problema psicológico sério. Essas pessoas costumam vender fumaça a qualquer
preço, sem nenhum outro estímulo mais do que o de enganar.
Outras vezes, a mentira pode estar “justificada” como um
engano na ação, mas não na intenção. É o que costumamos chamar de mentiras
piedosas, pois consideramos que a verdade causará mais dano do que a mentira.
Há quem sustente que qualquer tipo de mentira está
apoiada em relações de má qualidade, mas o certo é que o ser humano, em
ocasiões, não costuma valorizar mais as cores do que o preto e branco.
Com
o tempo tudo se descobre
A mentira e o engano têm sempre data de vencimento, pois
são necessárias muitas circunstâncias para se sustentarem. Isso acaba s
tornando uma espiral de enormes dimensões que o mentiroso não pode administrar.
Ou seja, assim que uma mentira sai da sua boca, você
deixa de controlar grande parte dela.
Mas, embora seja muito difícil que uma mentira se
sustente no tempo, é bem normal que nos mantenham enganados. Pode ser que tenhamos muitos indícios, mas o
mais provável é que os vínculos afetivos que mantemos com os mentirosos nos
ceguem.
A
mentira e a falsidade, duas feridas profundas na alma
Trair as pessoas que gostam de você é um dos atos mais
detestáveis que o ser humano pode fazer. É difícil superar uma traição, pois
ela possui a capacidade de destruir por completo nosso mundo.
Uma pessoa traída é mais que uma pessoa machucada. É
alguém que ficou sem seu norte, que perdeu sua bússola, que não compreende, que
sente uma confusão angustiante, que vê seu lar desmoronando, que não sabe onde
guardar seus sentimentos e que se acha profundamente burra.
Alguém que tem que começar do zero, reconstruir seus
muros, retroceder um duro caminho e tapar os buracos. É alguém que, com feridas
de morte, tem que se reanimar e não sabe como.
Curar
as feridas que a traição provocou
Com o passar do tempo, é muito provável que a raiva e a
impotência que sentíamos no princípio se transformem em pena por tudo aquilo
que se esvaiu, se quebrou ou se murchou. É nesses momentos que poderemos
começar a curar nossas feridas e valorizar a lealdade.
Superar isso leva um tempo, mas para fazê-lo é preciso perdoar
a nós mesmos e deixar de nos torturar por aquilo que pensamos que poderíamos
ter evitado. Dessa forma, conseguiremos fazer as pazes com o mundo e voltar a
confiar.
Se em algum momento fizeram mal a você, não se castigue
pensando que todo mundo é igual. Fazer isso seria como acreditar que porque
você ganhou na loteria um dia, vai ganhar toda vez que jogar.
Valorize a lealdade e afaste-se das mentiras. Não se
culpe e perdoe a si mesmo, pois a falta de honestidade é uma oportunidade muito
boa para crescer e escolher melhor quem você quer ter ao seu redor.
Fonte:
a mente maravilhosa
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O Leblon pré-novelas do Manoel Carlos.
Contos e crônicas.
O cotidiano do bairro.
Clipper, Pizzaria Guanabara, BB Lanches, Jobi, Bracarense
e outros lugares tradicionais do Leblon
são os palcos dessas histórias.
A Casa Encantada
Contos do Leblon
Edmir Saint-Clair
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