google.com, pub-7436220793694599, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Cult Mente: O MEDO DA MUDANÇA – Edmir Saint-Clair

O MEDO DA MUDANÇA – Edmir Saint-Clair

O medo está nos rondando o tempo todo,
nos fazendo engolir sapos maiores que a boca.

Sem nos darmos conta lá está ele incomodando nossos pensamentos e, para aliviar, tentamos nos encaixar em modelos que nem sabemos direito se servem aos nossos anseios. Tudo para termos a sensação de segurança.

Quanto mais previsível, quanto menos mudanças na rotina, mas seguro o ser humano se imagina. A estranhamente chamada zona de conforto, de conforto não tem nada. O nome certo seria zona de tédio.

Essa, erradamente chamada, zona de conforto é uma ilusão maléfica causada pelo medo que a simples idéia da mudança provoca. Mas as mudanças ocorrem o tempo todo, percebamos ou não. Não dependem da nossa vontade.

O medo da mudança é uma força tão poderosa no ser humano e vive tão escondido nas pequenas coisas, que é, na maioria das vezes, o grande responsável pelos maiores sofrimentos de nossas vidas.

Ouvi de um amigo psicanalista algo que me ficou na cabeça e que os anos só reforçam a verdade que ela traduz:
- "A grande maioria dos seres humanos só consegue se sentir seguro vivendo uma rotina previsível, mesmo que isso signifique viver em péssimas situações, aparentemente insustentáveis, se vistas de fora, mas que ele conhece e  está acostumado. É péssimo, mas é um péssimo que ele conhece. Essa força é tão poderosa que a simples ideia de romper com a situação e partir para algo novo causa pânico. Resumindo, o ser humano prefere ficar no sofrimento conhecido a arriscar qualquer outra coisa que ele não conheça. O que diferencia cada indivíduo é o nível de coragem para enfrentar esse medo”.

Não raras vezes, nos deparamos com essa realidade em vários aspectos da vida. Nas relações familiares, profissionais, amorosas, fraternas e quantos mais aspectos  pensarmos.

Admiro muito as pessoas que conseguem se desvencilhar rápido de situações incomodas da vida.

É claro que tudo tem sua particularidade e nada pode ser posto num mesmo pacote. Mas, existe uma linha, que pode não ser nem um pouco tênue, de onde, a partir dali, qualquer um tem certeza do dano que aquela situação está trazendo a um ou a quantos mais estiverem envolvidos. Situações de atrito familiar está entre as maiores causas de  estresse emocional. Na maioria das vezes submete os membros da família a um nível extremo de tensão e durante longos períodos. Via de regra podem gerar danos profundos na vida de cada um.

Seja em que âmbito for, chega um momento em que o desgaste é tão forte e nítido que a mudança é absolutamente inevitável e urgente. E, isso sempre gera insegurança, que é outro nome para o medo.

Nos relacionamentos amorosos isso é ainda mais nítido. Do início da descida até se esborrachar no fim da ladeira, a gente vem se ralando todo, no caminho para baixo. E, não raras vezes, essa ladeira dura anos. Imagine quanta ralação, quantos machucados daqueles bem ardidos poderiam ser evitados.

É bem doloroso. Quando mais tempo dura a ladeira com mais machucados a gente chega no final. O que esquecemos é que podemos, a qualquer momento, interromper essa descida e evitar mais machucados.

Saber interromper antes que os machucados se aprofundem demais é o que decide os próximos relacionamentos e conseqüentemente nossa possibilidade de ser feliz. Ou seja, essa decisão é das mais sérias com as quais nos deparamos na vida: a hora de parar. A hora de dar um fim a uma situação infeliz e não olhar mais para trás.

Saber a hora de parar de sofrer é fundamental para não perder a crença em si mesmo. É necessário acreditar que podemos produzir nossa própria felicidade.

Porque, quantos mais machucados estivermos mais tempo eles demorarão a cicatrizar. E a vida não espera. O tempo passa.

É importante sermos sinceros ao respondermos nossas próprias perguntas. Precisamos saber pelo menos o que pensamos de verdade sobre nossos próprios assuntos. Precisamos estipular nossos limites.

A Tolerância é necessária, sem ela não se vive, não se aprende e nem se evolui. Mas, a partir de um tênue limite, passa a ser submissão, conformismo e covardia.

Mudar dá medo. Principalmente quando a decisão da mudança envolve coisas básicas como mudar de casa, ficar sozinho, trocar um emprego mais ou menos, mas que paga as contas, por um projeto que se der certo vai te dar a vida que você deseja (isso não está ligado a dinheiro necessariamente!). Mas, que também pode dar errado.

E daí? Tudo pode dar errado, principalmente o que está dando certo. Já que o que está dando errado, se mudar, só pode mudar para dar certo.

Se der errado é porque não mudou. Então, vai ter que mudar de novo. Até dar certo.

E, pode ter certeza, uma das coisas que mais ajudam a persistir até que dê certo, é o bom humor. Sem ele a vida não tem graça.

Ou seja, veja-se por que ângulo for, é preciso mudar sempre.
Até para que o que já está dando certo continue dando.

     

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Contos e crônicas.
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"As primeiras festinhas foram na AABB, Monte Líbano e Caiçaras, na Lagoa. As inesquecíveis foram no Clube Leblon e no Clube Campestre. Na saída bom era comer na Pizzaria Guanabara que tinha uma pizza calabreza deliciosa e vendia pedaços no balcão."