Há
nas sociedades contemporâneas uma intensificação do culto ao corpo, onde os
indivíduos experimentam uma crescente preocupação com a imagem e a estética.
Vivemos numa busca desenfreada da beleza, com uma vaidade excessiva, sob
influência da televisão, de revistas, filmes, propagandas... que veiculam
imagens de corpos perfeitos.
A
imagem da “eterna” juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, atravessa
todas as faixas etárias e classes sociais, compondo de maneiras diferentes
diversos estilos de vida. O ideal de beleza cria um desejo de perfeição,
introjetado e imperativo. Ansiedade, inadequação e baixa autoestima são os
primeiros efeitos colaterais desse mecanismo.
A
exacerbação dessa forma de pensar e sentir, pode trazer consequências muito
grandes, como transtornos alimentares ( anorexia, bulimia... ),inseguranças e
muito sofrimento quando a pessoa deixa de ser admirada fisicamente ou
envelhece.
A
preocupação excessiva com a aparência é fruto de uma sociedade que valoriza em
excesso as aparências. A quantidade de exercícios físicos, o tempo gasto para
embelezar o corpo, o número crescente de cirurgias plásticas, o vale tudo para
emagrecer, embelezar, rejuvenescer, bronzear, esticar, aumentar ou diminuir. E
por que essa “neura” com a beleza? No fundo, acreditamos que se tivermos um
corpo bonito iremos atrair e conservar o amor de alguém.
Cada
vez mais, meninas e mulheres se submetem a tratamentos diversos para emagrecer,
alisar os cabelos e perder peso. Na busca incessante pela “beleza ideal”, vale
qualquer sacrifício. Importante lembrar que essa obsessão pela beleza, vem se
tornando cada vez mais frequente nos homens também.
Vivemos
a era do corpo perfeito, da estética sem ética. Para muitas pessoas, sustentar
o mito da beleza é o mais importante, e mesmo assim nunca ficam totalmente
satisfeitas. Assim pensamos mais no corpo do que na saúde, mais nas roupas do
que na sabedoria, porque as aparências não revelam o que a pessoa é de verdade.
Parece
que, para as criaturas portadoras desse dote inato (que todas se esforçam ao
máximo para aprimorar), estão escancaradas as portas do sucesso, do amor e do
dinheiro.
É
profundamente necessária uma tomada de consciência, de que os cuidados com o
corpo não devem ser dessa forma tão intensa e ditatorial como se tem
apresentado nas últimas décadas, pois devemos sempre respeitar os limites do
nosso corpo e a nós mesmos.
Essas
buscas atendem muito mais às nossas necessidades de relacionamento e as nossas
necessidades profundas. Qualquer relação que supervaloriza o físico cria uma
insegurança profunda nos parceiros.
O
cuidado com o corpo, seu embelezamento, sua higiene, os perfumes, as roupas e
seus enfeites podem ser importantes, mas a relação humana vai, além disso. O
único fator de aproximação entre as pessoas não é a beleza física, ela pode até
contribuir num primeiro momento para a atração, mas há outros fatores mais
importantes que devem ser cultivados para a possibilidade de êxito nos
relacionamentos.
Acreditamos
que o amor acontece na superficialidade estética e nos esquecemos que o
companheirismo, a aceitação das diferenças, a alegria, o dom de admirar o
outro, a capacidade de diálogo, o interesse pelo outro, o bom humor, o
entusiasmo, o respeito e o apoio à felicidade do outro, a amabilidade, o afeto,
o acolhimento, a ternura, são laços muito fortes, e meios muito mais intensos e
definitivos na construção de um verdadeiro relacionamento.
P/Solange Bittencourt Quintanilha
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