A mulher já está quase em
seu devido lugar, ou seja, em igualdade de condições com o homem. É só uma questão de tempo, pouco tempo. Justo, muito
justo, justissimo. Fora as óbvias diferenças, e as não tão óbvias geradas pelas
oscilações hormonais nas várias fases da vida, sempre vi as mulheres como
iguais, só que mulheres. Tenho irmãs, uma com idade muito próxima e, de quem,
sou especial e infinitamente amigo e confidente. Meus relacionamentos amorosos sempre me trouxeram muitas coisas boas, a começar pela própria companhia feminina que é extremamente agradável e estimulante.
Mas, nesse texto, meu foco
somos nós, os homens. Os que reconhecem há tempos essa igualdade, os direitos,
as diferenças e tudo mais que veio a reboque. É a evolução. É fato. É
realidade.
Gostaria que as mulheres que estão lendo fizessem uma coisa que acho que há muito tempo não fazem e, se fazem, nós, homens, nem
notamos: prestar um pouco de atenção na gente. Nos homens. Num ser humano igual a vocês. Que sentem como vocês, às vezes, segundo nosso ponto de vista, sofremos até mais.
Vocês sabiam que a gente
também sente uma depressão profunda quando nos separamos ?
Vocês sabem o quanto é
difícil deixar o/a filho(a) na casa de vocês, nos domingos à noite e voltar pra
casa sozinho?
É, o homem é muito mais
solitário que a mulher. Por vários motivos, culturais principalmente. Mulher
chora, liga pra amiga no meio da madrugada, dorme na casa da outra pra fazer
companhia, até ao banheiro vão juntas!
Homem não. Homem é
sozinho. E, quanto mais triste, mais sozinho quer ficar. Vocês, mulheres, sabem que a maioria dos homens tem vergonha de estar triste, deprimido? Não é aquela vergonha de demonstrar(também temos muita), mas é pior, sentimos vergonha de admitirmos para nós mesmo que estamos deprimido. É muito mais grave.
Homens podem se sentir em pleno
desespero emocional, mas não ligam pros amigos no meio da noite. Choram
sozinhos, quando conseguem romper as próprias barreiras. Nossa... como um choro
profundo alivia...
As mulheres tem o
trabalho, mil coisas pra fazer todos os dias e quando chegam em casa, cansadas,
ainda tem que dar atenção aos filhos. Nunca estão sozinhas. Não há tédio nessas vidas tão cheias de tudo.
Se vocês soubessem como
faz falta o dia a dia com os filhos, se vocês soubessem como tudo isso preenche
a vida de coisas boas...
O ser humano só preenche
seu vazio interior com pessoas. Com afetos e relações pessoais.
Mulheres, por favor, nos
ensinem como se faz isso. Não sabemos.
Nos ensinem a não ter
vergonha de assumir nossas dores, nossas dúvidas, nossas inseguranças, como
vocês assumem as de vocês e, por isso, são tão melhor resolvidas.
Homem tem vergonha demais. Vergonha de ser dispensado
do trabalho, de ser rejeitado (mesmo que seja só no time da pelada), de ser
traído, de estar em crise existencial, de sentir qualquer coisa que não seja raiva e vontade de brigar. E pior, tem muito mais
vergonha ainda de contar que está passando por tudo isso.
Um homem pode ter amigos
de muitos anos, de infância, sem que esses amigos saibam algo mais profundo
sobre a privacidade, problemas e sentimentos uns dos outros. A maioria é assim. Amigos confidenciais são jóias muito raras no universo masculino.
A maioria vai negar isso,
porque só admitir já é bem difícil. É admitir a superficialidade da esmagadora maioria das relações de amizade entre nós. Mas, é verdade. Que me desculpem os homens, eu nunca prometi a
ninguém não revelar essas verdades.
Mulheres nos ajudem a
compreender qual é o nosso papel hoje. Perdemos todos os papéis que os antigos,
injustos e ultrapassados conceitos também nos impunham.
Já estamos cansados de
saber o quanto somos dispensáveis na criação dos filhos (não disse que não
somos importantes), inclusive com relação as despesas.
Somos dispensáveis em
todas as coisas em que éramos ou nos sentíamos importantes. Às vezes, nos
sentimos reduzidos a acompanhantes. Que trocam lâmpadas, carregam coisas
pesadas, dirigem carros, fazem companhia, levam ao cinema, as enchem de elogios
e fazem sexo.
Às vezes, é assim que, nós
homens, nos sentimos. Como se apenas nosso desempenho físico fosse importante.
Como vocês, também precisamos sentir carinho e interesse pelo que sentimos, por
nossas tristezas e alegrias.
Precisamos sentir que vocês nos amam como gente e não só como homens.
Precisamos sentir que vocês nos amam como gente e não só como homens.
Vocês podem não precisar
da gente pra quase nada, mas a gente precisa de vocês pra quase tudo.
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