Culpa da memória que preenche suas lacunas
com a primeira
coisa que vem à mente.
Por que você trocou o nome da namorada na hora H?
Freud explica, mas é bom já saber que a neurociência
discorda dele. Segundo a psicanalista Vera Warchavchik, a primeira explicação
veio no livro Psicopatologia da Vida Cotidiana, de 1901, em que Freud descreveu
o ato falho como uma confusão com um sentido maior por trás. Ou seja, para
Freud, você fala "sem querer querendo".
Isso aí: todos temos nossos momentos Chaves.
Já a neurociência considera esse deslize um esquecimento
corriqueiro sem nenhum significado especial.
Ele acontece porque, ao contrário de uma filmadora, o
cérebro não grava todos os mínimos detalhes dos acontecimentos, mas apenas as
informações principais.
Quando ativamos nosso banco de dados para buscar a
situação completa, ele monta esses dados como se editasse um filme. E, para ligar
uma coisa a outra, preenche as lacunas com algumas invenções.
Pronto! É exatamente nesse momento que surgem as
confusões, que, se pegarem mal, serão consideradas atos falhos.
A contragosto dos psicanalistas, seriam simples e
pequenos tilts na memória sem nenhuma razão oculta.
Por isso, na próxima vez que der uma mancada na cama,
diga que a culpa é do seu cérebro.
por Natalia Kuschnaroff
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